Dóminus "O Senhor"
Dóminus eletrônico - Ano 3 - Edição nº 142
X 4º DOMINGO DA QUARESMA (Laetare)
30 de março de 2013.
Intróito / Salmo 66. 10,11; Salmo 121. 1
O Intróito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.
Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só versículo.
Alegra-te Jerusalém! Reuni-vos, todos os que a amais; entregai-vos à alegria, vós que estivestes na tristeza para que exulteis e vos sacieis da abundância de vossa consolação. Sl. Alegrei-me com o que me foi dito: iremos à casa do Senhor. ℣.Glória ao Pai.
Oração (Colecta)
Pedimos ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
Numa breve oração, o celebrante resume e apresenta a Deus os votos de toda a assembleia, votos estes sugeridos pelo mistério ou solenidade do dia.
Concedei, Vos rogamos, ó Deus onipotente, aos que somos justamente castigados por nossas más ações, respiremos aliviados pela consolação de vossa graça. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
& Epístola de São Paulo Apóstolo aos Gálatas 4. 22-31
Leitura ordinariamente extraída das epístolas ou cartas dos Apóstolos; daí o seu nome. Algumas há tiradas dos escritos do Antigo Testamento. As epístolas do ano litúrgico formam um conjunto doutrinal de alto valor para a vida cristã.
Irmãos: Está escrito que Abraão teve dois filhos: um da escrava, e outro da mulher livre. Mas o da escrava nasceu segundo a carne, enquanto o da mulher livre nasceu em virtude da promessa. Isto é dito em sentido alegórico para significar as duas alianças. Uma vem do monte Sinai, gerando para a servidão: e é Agar. Pois, Sinai é monte da Arábia que corresponde a Jerusalém atual, a qual é escrava com os seus filhos. Mas [a outra] que é a Jerusalém do alto, é livre e esta é a nossa mãe. Porque está escrito: Alegra-te, ó estéril, que não dás à luz; exulta e clama, tu que não geras, pois são mais numerosos os filhos da abandonada [Sara], que os da que tem marido. Nós, porém, irmãos, somos como Isaac, filhos da promessa. E como, então, aquele que nascera segundo a carne perseguia o que nascera segundo o espírito, assim também agora. Mas, que diz a Escritura? Expulsa a escrava e o seu filho; porque o filho da escrava não será herdeiro como o filho da livre. Assim também, nós, meus irmãos, não somos filhos da escrava, mas da livre, pela liberdade pela qual o Cristo nos resgatou.
Gradual / Salmo 121. 1, 7
Cantos, por via de regra, tirados dos Salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
Alegrei-me com o que me foi dito: iremos à casa do Senhor. ℣.Reina a paz nas tuas muralhas e prosperidade em tuas fortalezas.
Tracto / Salmo 124. 1-2
Cantos, por via de regra, tirados dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
No Tempo da Septuagésima, o Alleluia é substituído pelo Tracto.
Os que confiam no Senhor estão firmes como o monte de Sião; jamais será abalado o que habita em Jerusalém. ℣.Como há montes em redor de Jerusalém, assim está o Senhor em redor do seu povo, agora e para sempre.
& Evangelho segundo São João 6. 1-15
Proclamação solene da Palavra de Deus. Ponto culminante desta primeira parte da Missa, a leitura ou canto do Evangelho, é revestida da maior solenidade. O respeito para com ele, exige seja escutado de pé. Nas Missas solenes, o livro é levado honorificamente em procissão. É incensado antes de começar a leitura; e, terminada ela, é reverentemente beijado pelo celebrante.
Naquele tempo, passou Jesus à outra margem do mar da Galiléia, que é o de Tiberíade, seguindo-O grande multidão, porque via as maravilhas que Ele fazia aos que eram enfermos. Subiu, então, Jesus ao monte e sentou-se ali com os seus discípulos. Ora, estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus. Erguendo Jesus os olhos e vendo que uma grande multidão vinha a Ele, disse a Filipe: Onde compraremos pães para dar de comer a toda essa gente? Dizia isso, porém, para o experimentar, porque Ele bem sabia o que havia de fazer. Respondeu-Lhe Filipe: Duzentos dinheiros de pão não bastariam para que cada um deles recebesse uma pequena porção. Disse a Jesus um dos seus discípulos, André, irmão de Simão Pedro: Está aqui um moço que tem cinco pães de cevada e dois peixes, mas que é isto para tanta gente? Disse-Lhe Jesus: Fazei assentar os homens. Havia no lugar muita relva. Assentaram-se, pois, os homens, em número de quase cinco mil. Tomou, então, Jesus os pães, e havendo dado graças, distribuiu-os aos que estavam sentados; e igualmente distribuiu os peixes, quanto eles quiseram. Quando já estavam fartos, disse Ele a seus discípulos: Recolhei os pedaços que sobraram, para que se não percam. Recolheram-nos, pois, e encheram doze cestos de pedaços de pão de cevada, que sobraram aos que comeram. Vendo, então, aqueles homens o milagre que Jesus fizera, diziam: Este é verdadeiramente o Profeta que deve vir ao mundo. Mas Jesus, sabendo que o viriam buscar à força, para O fazerem rei, afastou-se, indo a um monte para estar sozinho.
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa profissão de fé.
Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.
Ofertório / Salmo 134. 3,6
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito. Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das oferendas, canto de procissão, oração sobre as oblatas.
Louvai o Senhor, porque Ele é bom; cantai salmos a seu Nome, porque é suave. No céu e na terra, fez tudo quanto quis.
Secreta
É a antiga "oração sobre as oblatas", ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.
É neste último que se faz propriamente a oblação do sacrifício.
Rogamos, Senhor, que atendais propício aos sacrifícios presentes, a fim de que aproveitem à nossa submissão e à nossa salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Communio / Salmo 121. 3-4
Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão dos fiéis.
Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.
Jerusalém é cidade bem edificada, formando suas partes um todo admirável; para lá se dirigem as tribos, as tribos do Senhor, para louvar o vosso Nome, ó Senhor.
Postcommunio
Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Nós Vos rogamos, ó Deus de misericórdia, concedei-nos a graça de aproximar-nos com piedade sincera de vossos sagrados Mistérios, com que somos incessantemente saciados e de os recebermos sempre com espírito de fé. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Meditação
A Multiplicação dos Pães
1 — O Domingo de hoje é uma pausa de santa alegria, de alívio espiritual que a Igreja, como uma boa mãe, nos oferece no meio das austeras práticas quaresmais, como para nos refazer as forças. «Alegra-te Jerusalém — canta o Introito da Missa — juntai-vos em grande festa, vós todos os que a amais. Rejubilai de alegria, vós que estivestes em dor. Exultai e saciai-vos da abundância do seu gozo. E quais são estes gozos? O Evangelho do dia (Jo. 6, 1-15), responde-nos com a narração da multiplicação dos pães, o grande milagre mediante o qual Jesus quer preparar a multidão para o anúncio de um milagre muito mais estrondoso, a instituição da Eucaristia, em que Ele, o Mestre, Se tornará nosso pão, «pão descido do céu» (Jo. 6, 41) para alimento das nossas almas. Eis o motivo da nossa alegria, eis a fonte das nossas delícias: Jesus é o pão da vida, sempre à nossa disposição, sempre pronto para nos saciar a fome.
Mas Jesus, embora apreciando melhor do que nós os valores espirituais, não esquece nem despreza as necessidades materiais do homem. O Evangelho de hoje apresenta-no-lO rodeado por uma multidão que O tinha seguido para ouvir os Seus ensinamentos; Jesus pensa na fome daquela gente, e, para prover a essa fome, realiza um dos mais ruidosos milagres: cinco pães e dois peixes, abençoados por Ele, chegam para saciar cinco mil homens, sobrando ainda doze cestos.
Jesus sabe que quando o homem está atormentado pela fome, pelas necessidades materiais, é incapaz de atender às coisas do espírito. A caridade exige-nos também esta compreensão das necessidades materiais do próximo, compreensão efetiva que se traduz em ação eficaz. «Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e precisarem do alimento quotidiano e algum de vós lhe disser: 'ide em paz...' porém não lhes der as coisas necessárias ao corpo, de que lhes aproveitará? » (Tgo. 2, 15 e 16).
Os apóstolos tinham proposto ao Mestre que despedisse a multidão «para que, indo às aldeias, comprasse de comer» (Mt. 14, 15). Jesus não aceitou a proposta e quis providenciar pessoalmente. Procura também tu, tanto quanto puderes, nunca despedir o próximo necessitado sem lhe ter prestado a tua ajuda.
2 — Antes de fazer o milagre, Jesus pergunta a Filipe: «Onde compraremos nós pão para dar de comer a esta gente? », e observa o Evangelista: «Dizia, porém, isto, para o experimentar, porque sabia o que havia de fazer». Não há circunstância difícil na nossa vida cuja solução Deus não conheça; desde a eternidade previu todos os casos, mesmo os mais complicados, e tem pronto o remédio. Todavia, em circunstâncias difíceis, talvez nos pareça que Deus nos deixa sós como se a solução dependesse de nós, mas fá-lo unicamente para nos provar. Ele quer que, medindo a sós as nossas forças perante as dificuldades, tenhamos plena consciência da nossa impotência e insuficiência, e por outro lado, quer que nos exercitemos na fé, na confiança nEle. Na realidade, o Senhor nunca nos abandona se não somos nós os primeiros a deixá-lO; apenas Se esconde, escondendo também a Sua ação: é então o momento de crer, crer fortemente e esperar com humilde paciência, com plena confiança.
Os apóstolos avisam Jesus de que um rapaz tem cinco pães e dois peixes: bem pouca coisa, mesmo nada, para saciar a fome de cinco mil homens; mas o Senhor pede aquele nada e serve-Se dele para operar o grande milagre. É sempre assim: Deus onipotente que tudo pode fazer e criar do nada, quando Se encontra diante da Sua criatura livre, não quer agir sem o seu concurso. É bem pouco o que o homem pode fazer, mas aquele pouco Deus o quer, pede e exige como condição da Sua intervenção. Somente o Senhor te pode santificar, como só Ele podia multiplicar as poucas provisões do rapaz e, no entanto, pede a tua cooperação. Também tu, como o rapaz do Evangelho, dá-Lhe tudo quanto possuis, ou seja, apresenta-Lhe todos os dias os teus propósitos sempre renovados, com constância e amor e Ele também operará para ti um grande milagre, o milagre da tua santificação.
Extraído do Livro Intimidade Divina — P. Gabriel de Santa Maria Madalena O.C.D.
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