Dóminus "O Senhor"
Dóminus eletrônico - Ano 4 - Edição nº 199
X 2º Domingo da Paixão
Domingo de Ramos
29 de março de 2015.
A Santa Missa é transmitida todos os Domingos,
a partir das 06:50 da manhã, pela Rádio Bom Jesus AM.
Intróito / Salmo 21. 20, 22, 2
O Intróito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.
Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só versículo.
Senhor, não afasteis de mim o vosso auxílio; atendei à minha defesa; livrai-me da boca do leão, e do chifre do unicórnio, salvai a minha humildade. Sl. Ó Deus, Deus meu, olhai para mim. Por que me desemparastes? O clamor de meus delitos afasta de mim a salvação. — Senhor, não afasteis.
Oração (Colecta)
Pedimos ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
Numa breve oração, o celebrante resume e apresenta a Deus os votos de toda a assembleia, votos estes sugeridos pelo mistério ou solenidade do dia.
Onipotente e eterno Deus, que quisestes assumisse o nosso Salvador a nossa carne e sofresse o suplício da Cruz, para que o gênero humano imitasse o exemplo de sua humildade, concedei-nos, propício, pratiquemos as lições de sua paciência e mereçamos participar de sua Ressurreição. Pelo mesmo Jesus Cristo.
& Epístola de São Paulo Apóstolo aos Filipenses 2. 5-11
Leitura ordinariamente extraída das epístolas ou cartas dos Apóstolos; daí o seu nome. Algumas há tiradas dos escritos do Antigo Testamento. As epístolas do ano litúrgico formam um conjunto doutrinal de alto valor para a vida cristã.
Irmãos: Tende em vós os mesmos sentimentos que teve Jesus Cristo, que, sendo Deus por natureza, não reputou usurpação ser igual a Deus. E aniquilou-se a Si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens e sendo reconhecido como homem pela aparência. Humilhou-se a Si mesmo, feito obediente até a morte, e morte de Cruz. Por isso também Deus O exaltou e Lhe deu um Nome [novo] que está acima de todo nome (aqui todos se ajoelham), a fim de que ao Nome de Jesus se dobrem os joelhos de todos aqueles que estão nos céus, na terra e nos infernos, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor na Glória de Deus Pai.
Gradual / Salmo 72. 24, 1-3
Cantos, por via de regra, tirados dos Salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
Segurais a minha mão direita e segundo a vossa vontade me conduzis e me acolheis com glória. ℣. Como é bom o Deus de Israel para os que são retos de coração! Todavia, quase os meus pés resvalaram; pouco faltou para se transviarem os meus passos; porque tive inveja dos ímpios, vendo a paz dos pecadores.
Tracto / Salmo 21. 2-9, 18-32
Cantos, por via de regra, tirados dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
No Tempo da Septuagésima, o Alleluia é substituído pelo Tracto.
Ó Deus, Deus meu, olhai para mim; por que me desamparastes? ℣. O clamor dos meus pecados afasta de mim a salvação. ℣. Meu Deus, clamo de dia e não me respondeis; de noite e não tenho sossego. ℣. Mas Vós, no santuário habitais, Louvor de Israel. ℣. Em Vós esperaram os nossos pais, esperaram e Vós os livrastes. ℣. A Vós clamaram, e foram salvos; em Vós esperaram e não foram confundidos. ℣. Eu, porém, sou verme, e não homem; opróbrio dos homens e abjeção da plebe. ℣. Todos os que me veem zombam de mim, e, meneando a cabeça, dizem: ℣. Esperou no Senhor, Ele o livre, salve-o agora, pois que o ama. ℣. Eles estão me vendo, e atentam em mim; dividem entre si as minhas vestes, e sobre a minha túnica lançam a sorte. ℣. Livrai-me da boca do leão, e dos chifres do unicórnio, salvai minha humildade. ℣. Vós que temeis o Senhor, louvai-O: e vós todos que sois da raça de Jacó, glorificai-O. ℣. Do Senhor se falará à geração vindoura; e os céus anunciarão a sua justiça. ℣. Ao povo que nascerá, e que o Senhor criou.
& Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo
segundo São Mateus 26. 36-75; 27. 1-60
No Getsêmani — 36Então Jesus foi com eles a um lugar chamado Getsêmani e disse aos discípulos: "Sentai-vos aí enquanto vou até ali para orar". 37Levando Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer- se e a angustiar-se. 38Disse-lhes, então: "Minha alma está triste até a morte. Permanecei aqui e vigiai comigo". 39E, indo um pouco adiante, prostrou-se com o rosto em terra e orou: "Meu Pai, se é possível, que passe de mim este cálice; contudo, não seja como eu quero, mas como tu queres". 40E, ao voltar para junto dos discípulos, encontrou-os adormecendo. E diz a Pedro: "Como assim? Não fostes capazes de vigiar comigo por uma hora! 41Vigiai e orai, para que não entreis em tentação, pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca". 42Afastando-se de novo pela segunda vez, orou: "Meu Pai, se não é possível que esta taça passe sem que eu a beba, seja feita a tua vontade!" 43E ao voltar de novo, encontrou-os dormindo, pois os seus olhos estavam pesados de sono. 44Deixando-os, afastou-se e orou pela terceira vez, dizendo de novo as mesmas palavras. 45Vem, então, para junto dos discípulos e lhes diz: "Dormi agora e repousai: eis que a hora está chegando e o Filho do Homem está sendo entregue às mãos dos pecadores. 46Levantai-vos! Vamos! Eis que meu traidor está chegando".
Prisão de Jesus — 47E enquanto ainda falava, eis que veio Judas, um dos Doze acompanhado de grande multidão com espadas e paus, da parte dos chefes dos sacerdotes e dos anciãos do povo. 48O seu traidor dera-lhes um sinal, dizendo: "É aquele que eu beijar; prendei-o". 49E logo, aproximando-se de Jesus, disse: "Salve, Rabi!" e o beijou. 50Jesus respondeu-lhe: "Amigo, para que estás aqui?" Então, avançando, deitaram a mão em Jesus e o prenderam. 51E eis que um dos que estavam com Jesus, estendendo a mão, desembainhou a espada e, ferindo o servo do Sumo Sacerdote, decepou-lhe a orelha. 52Mas Jesus lhe disse: "Guarda a tua espada no seu lugar, pois todos os que pegam a espada pela espada perecerão. 53Ou pensas tu que eu não poderia apelar para o meu Pai, a fim de que ele pusesse à minha disposição, agora mesmo, mais de doze legiões de anjos? 54E como se cumpririam então as Escrituras, segundo as quais isso deve acontecer?" 55E naquela hora, disse Jesus às multidões: "Como a um ladrão, saístes para prender-me com espadas e paus! Eu sentava no Templo ensinando todos os dias e não me prendestes". 56Tudo isso, porém, aconteceu para se cumprirem os escritos dos profetas. Então todos os discípulos, abandonando-o, fugiram.
Jesus diante do Sinédrio — 57Os que prenderam Jesus levaram-no ao Sumo Sacerdote Caifás, onde os escribas e os anciãos estavam reunidos. 58Pedro seguiu-o de longe até o pátio do Sumo Sacerdote e, penetrando no interior, sentou-se com os servidores para ver o fim. 59Ora, os chefes dos sacerdotes e todo o Sinédrio procuravam um falso testemunho contra Jesus, a fim de matá-lo, 60mas nada encontraram, embora se apresentassem muitas falsas testemunhas. Por fim, se apresentaram duas 61que afirmaram: "Este homem declarou: Posso destruir o Templo de Deus e edificá-lo depois de três dias". 62Levantando-se então o Sumo Sacerdote, disse-lhe: "Nada respondes? O que testemunham estes contra ti?" 63Jesus, porém, ficou calado. E o Sumo Sacerdote lhe disse: "Eu te conjuro pelo Deus Vivo que nos declares se tu és o Cristo, o Filho de Deus". 64Jesus respondeu: "Tu o disseste. Aliás, eu vos digo que, de ora em diante, vereis o Filho do Homem sentado à direita do Poder e vindo sobre as nuvens do céu.". 65O Sumo Sacerdote então rasgou suas vestes, dizendo: "Blasfemou! Que necessidade temos ainda de testemunhas? Vede: vós ouvistes neste instante a blasfêmia. 66Que pensais?" Eles responderam: "É réu de morte". 67E cuspiram-lhe no rosto e o esbofetearam. Outros lhe davam bordoadas, 68dizendo: "Faze-nos uma profecia, Cristo: quem é que te bateu?"
Negações de Pedro — 69Pedro estava sentado fora, no pátio. Aproximou- se dele uma criada, dizendo: "Também tu estavas com Jesus, o Galileu!" 70Ele, porém, negou diante de todos, dizendo: "Não sei o que dizes. " 71Saindo para o pórtico, outra viu-o e disse aos que ali estavam: "Ele estava com Jesus, o Nazareu". 72De novo ele negou, jurando que não conhecia o homem. 73Pouco depois, os que lá estavam disseram a Pedro: "De fato, também tu és um deles; pois o teu dialeto te denuncia". 74Então ele começou a praguejar e a jurar, dizendo: "Não conheço o homem!" E imediatamente o galo cantou. 75E Pedro se lembrou da palavra que Jesus dissera: "Antes que o galo cante, três vezes me negarás". Saindo dali, ele chorou amargamente.
27 |
Jesus é conduzido à presença de Pilatos — 1Chegada a manhã, todos os chefes dos sacerdotes e os anciãos do povo convocaram um conselho contra Jesus, a fim de levá-lo à morte. 2Assim, amarrando-o, levaram-no e entregaram-no a Pilatos, o governador.
Morte de Judas — 3Então Judas, que o entregara, vendo que Jesus fora condenado, sentiu remorsos e veio devolver aos chefes dos sacerdotes e aos anciãos as trinta moedas de prata, 4dizendo: "Pequei, entregando um sangue inocente". Mas estes responderam: "Que temos nós com isso? O problema é teu". 5Ele, atirando as moedas no Templo, retirou-se e foi enforcar-se. 6Os chefes dos sacerdotes, tomando as moedas, disseram: "Não é lícito depositá-las no tesouro do Templo, porque se trata de preço de sangue". 7Assim, depois de deliberarem em conselho, compraram com elas o campo do Oleiro para o sepultamento dos estrangeiros. 8Eis porque até hoje aquele campo se chama "Campo de Sangue". 9Com isso se cumpriu o oráculo do profeta Jeremias: E tomaram as trinta moedas de prata, o preço do Precioso, daquele que os filhos de Israel avaliaram, 10e deram-nas pelo campo do Oleiro, conforme o Senhor me ordenara.
Jesus perante Pilatos — 11Jesus foi posto perante o governador e o governador interrogou-o: "És tu o rei dos judeus?" Jesus declarou: "Tu o dizes". 12E ao ser acusado pelos chefes dos sacerdotes e anciãos, nada respondeu. 13Então lhe disse Pilatos: "Não ouves de quanta coisa te acusam?" 14Mas ele não lhe respondeu sequer uma palavra, de tal sorte que o governador ficou muito impressionado. 15Por ocasião da Festa, era costume o governador soltar um preso que a multidão desejasse. 16Nessa ocasião, tinham eles um preso famoso, chamado Barrabás. 17Como estivessem reunidos, Pilatos lhes disse: "Quem quereis que vos solte, Barrabás ou Jesus, que chamam de Cristo?" 18Ele sabia, com efeito, que eles o haviam entregue por inveja. 19Enquanto estava sentado no tribunal, sua mulher lhe mandou dizer: "Não te envolvas com esse justo, porque muito sofri hoje em sonho por causa dele". 20Os chefes dos sacerdotes e os anciãos, porém, persuadiram as multidões a que pedissem Barrabás e que fizessem Jesus perecer. 21O governador respondeu-lhes: "Qual dos dois quereis que vos solte?" Disseram: "Barrabás". 22Pilatos perguntou: "Que farei de Jesus, que chamam de Cristo?" Todos responderam: "Seja crucificado!" 23Tornou a dizer-lhes: "Mas que mal ele fez?" Eles, porém, gritavam com mais veemência: "Seja crucificado!" 24Vendo Pilatos que nada conseguia, mas, ao contrário, a desordem aumentava, pegou água e, lavando as mãos na presença da multidão, disse: "Estou inocente desse sangue. A responsabilidade é vossa". 25A isso todo o povo respondeu: "O seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos". 26Então soltou-lhes Barrabás. Quanto a Jesus, depois de açoitá-lo, entregou-o para que fosse crucificado.
A coroação de espinhos — 27Em seguida, os soldados do governador, levando Jesus para o Pretório, reuniram contra ele toda a coorte. 28Despiram-no e puseram-lhe uma capa escarlate. 29Depois, tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lhe na cabeça e um caniço na mão direita. E, ajoelhando-se diante dele, diziam-lhe, caçoando: "Salve, rei dos judeus!"30E cuspindo nele, tomavam o caniço e batiam-lhe na cabeça. 31Depois de caçoarem dele, despiram-lhe a capa escarlate e tornaram a vesti-lo com as suas próprias vestes, e levaram-no para o crucificar.
A crucifixão — 32Ao saírem, encontraram um homem de Cirene, de nome Simão. E o requisitaram para que carregasse a cruz de Jesus. 33Chegando a um lugar chamado Gólgota, isto é, lugar que chamavam de Caveira, 34deram-lhe de beber vinho misturado com fel. Ele provou, mas não quis beber. 35E após crucificá-lo, repartiram entre si as suas vestes, lançando a sorte. 36E, sentando-se, ali montavam-lhe guarda. 37E colocaram acima da sua cabeça, por escrito, o motivo da sua condenação: "Este é Jesus, o Rei dos judeus". 38Com ele foram crucificados dois ladrões, um à direita, outro à esquerda.
Jesus na cruz é escarnecido e injuriado — 39Os transeuntes injuriavam-no, meneando a cabeça 40e dizendo: "Tu que destróis o Templo e em três dias o reedificas, salva-te a ti mesmo, se és Filho de Deus, e desce da cruz!" 41Do mesmo modo, também os chefes dos sacerdotes, juntamente com os escribas e anciãos, caçoavam dele: 42"A outros salvou, a si mesmo não pode salvar! Rei de Israel que é, que desça agora da cruz e creremos nele! 43Confiou em Deus: pois que o livre agora, se é que se interessa por ele! Já que ele disse: Eu sou filho de Deus". 44E até os ladrões, que foram crucificados junto com ele, o insultavam. A morte de Jesus — 45Desde a hora sexta até a hora nona, houve treva em toda a terra. 46Po volta da hora nona, Jesus deu um grande grito: "Eli, Eli, lamá sabachtáni?", isto é: "Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?" 47Alguns dos que tinham ficado ali, ouvindo-o, disseram: "Está chamando Elias!" 48Imediatamente um deles saiu correndo, pegou uma esponja, embebeu-a em vinagre e, fixando-a numa vara, dava-lhe de beber. 49Mas os outros diziam: "Deixa, vejamos se Elias vem salvá-lo!" 50Jesus, porém, tornando a dar um grande grito, entregou o espírito. 51Nisso, o véu do Santuário se rasgou em duas partes, de cima a baixo, a terra tremeu e as rochas se fenderam. 52Abriram-se os túmulos e muitos corpos dos santos falecidos ressuscitaram. 53E, saindo dos túmulos após a ressurreição de Jesus, entraram na Cidade Santa e foram vistos por muitos. 54O centurião e os que com ele guardavam a Jesus, ao verem o terremoto e tudo mais que estava acontecendo, ficaram muito amedrontados e disseram: "De fato, este era filho de Deus!" 55Estavam ali muitas mulheres, olhando de longe. Haviam acompanhado Jesus desde a Galiléia, a servi-lo. 56Entre elas, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu.
O sepultamento — 57Chegada a tarde, veio um homem rico de Arimatéia, chamado José, o qual também se tornara discípulo de Jesus. 58E dirigindo- se a Pilatos, pediu-lhe o corpo de Jesus. Então Pilatos mandou que lhe fosse entregue. 59José, tomando o corpo, envolveu-o num lençol limpo 60e o pôs em seu túmulo novo, que talhara na rocha. Em seguida rolando uma grande pedra para a entrada do túmulo, retirou-se.
Pregação
Divulgação:
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa profissão de fé.
Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.
Ofertório / Salmo 68. 21-22
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito. Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das oferendas, canto de procissão, oração sobre as oblatas.
Meu coração só aguarda impropérios e miséria; esperei que alguém se entristecesse comigo, e ninguém houve; procurei quem me consolasse e não encontrei; por alimento eles me deram fel, e em minha sede, com vinagre me abeberaram.
Secreta
É a antiga "oração sobre as oblatas", ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.
É neste último que se faz propriamente a oblação do sacrifício.
Concedei, Senhor, Vos pedimos, que o dom oferecido aos olhos de vossa Majestade nos obtenha a graça da submissão e a recompensa de uma feliz eternidade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Communio / Mateus 26. 42
Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão dos fiéis.
Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.
Pai, se este cálice não pode passar de mim sem que eu o beba, faça-se a tua vontade.
Postcommunio
Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
Fazei, Senhor, que pela ação deste Mistério, sejam expiados os nossos vícios e cumpridos os nossos justos desejos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Meditação
O Triunfo de Jesus
1 — A Semana Santa começa com a lembrança da entrada triunfal do Senhor em Jerusalém, no domingo que precede a Sua Paixão. Jesus, que sempre Se tinha oposto a toda a manifestação pública e que fugira quando as multidões quiseram fazê-lo rei (cfr. Jo. 6,15), deixa-Se hoje levar em triunfo. Só agora, que Se dirige para a morte, aceita ser aclamado publicamente como Messias porque, morrendo sobre a cruz, será de um modo mais pleno, o Messias, o Redentor, o Rei, o Vencedor. Aceita ser reconhecido como Rei, mas um Rei que reinará pela cruz, que triunfará e vencerá por meio da morte de cruz. A mesma multidão exultante que hoje O aclama, O amaldiçoará dentro de poucos dias e O conduzirá ao Calvário; assim, o triunfo de hoje dará mais publicidade e realce à Paixão de amanhã.
Jesus entra triunfalmente na cidade santa, mas é para aí sofrer, para morrer. Isto explica o duplo significado da Procissão dos Ramos: não se trata só de acompanhar Jesus em triunfo, mas de O acompanhar à Paixão, prontos a partilhá-la com Ele, procurando segundo a exortação de S. Paulo (Ep. Fil. 2,5-11), fazer nossos os sentimentos de Jesus, sentimentos de humildade e de imolação total que nos devem conduzir como Ele e com Ele «até à morte e morte de cruz». As palmas, os ramos de oliveira bentos que hoje nos entrega o sacerdote, não têm só um significado festivo, mas «simbolizam a vitória que Jesus alcançará sobre o príncipe da morte» (MR.). Devem significar também a nossa vitória; também nós devemos merecer a palma da vitória, vencendo primeiro o mal que existe em nós, nas nossas más tendências e depois o mal que está à nossa volta. Quando recebermos o ramo bento renovemos a nossa promessa de querer vencer com Jesus, mas não nos esqueçamos de que Ele venceu sobre a cruz.
2 — Jesus consente em ser levado em triunfo, mas como é humilde e manso no Seu triunfo! Ele sabe que no meio do povo gritando hosanas se escondem os Seus inimigos que, com malignas insinuações, conseguirão converter aqueles «hosanas» em «crucifige»; sabe-o e podia impor-Se-lhes com o poder da Sua divindade, podia desmascará-los publicamente, frustrando os seus planos. Jesus não quer vencer e reinar pela força, mas pelo amor, pela doçura. Muito a propósito nota o Evangelista: «Dizei a filha de Sião: Eis que o Teu rei vem a ti, manso, montado sobre um jumento» (Mt. 21,15). Com esta mesma mansidão, Ele, o inocente, o único verdadeiro Rei e Vencedor, consentirá em aparecer como um réu, condenado e vencido, como um rei de comédia. E assim atrairá tudo a Si, quando for levantado sobre a cruz.
Enquanto o cortejo prossegue triunfante, Jesus vê desenhar-Se a Seus pés o panorama de Jerusalém. E — nota S. Lucas (19, 41-44) — «quando chegou perto, ao ver a cidade, chorou sobre ela, dizendo: 'Se ao menos neste dia tu conhecesses ainda o que te pode trazer a paz!... Os teus inimigos não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não conheceste o tempo da tua visita». Jesus chora a obstinação da cidade santa que, por não O ter reconhecido como Mestre, por não ter aceitado o Seu Evangelho, será destruída pela raiz. Jesus é verdadeiro Deus, mas é também verdadeiro homem e, como tal, vibra de comoção e de dor pela triste sorte que Jerusalém preparou para si com a sua obstinada resistência à graça. Ele já caminha para a Paixão e morrerá também pela salvação de Jerusalém; contudo Jerusalém não será salva porque não quis, «porque não conheceu o tempo da Sua visita». É esta a história de tantas almas que resistem à graça, é este o motivo do sofrimento mais profundo e mais íntimo do coração dulcíssimo de Jesus. Ao menos tu, alma piedosa, dá ao Senhor a alegria de te ver aproveitar plenamente os méritos da Sua dolorosíssima Paixão, de todo o Seu Sangue derramado. Quando resistes aos convites da graça, resistes à Paixão de Jesus e impedes que ela te seja aplicada em toda a Sua plenitude.
Extraído do Livro Intimidade Divina — P. Gabriel de Santa Maria Madalena O.C.D.
Segunda edição (Traduzida da 12ª edição italiana) — 1967
0 comentários:
Postar um comentário