Dóminus 143


Dóminus eletrônico ­- Ano 3 - Edição nº 143
X 1º DOMINGO DA PAIXÃO
6 de abril de 2014.


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     Ó Jesus, introduzi-me no mistério da Vossa Paixão, associai-me a ela, para que depois possa participar na Vossa Ressureição. ­
Intróito / Salmo 42. 1-2. 3
     O Intróito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.
      Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só versículo.
  Julgai-me, ó Deus, e separai da gente ímpia a minha causa; livrai-me do homem injusto e falso. Porque Vós sois meu Deus e minha força. Sl. Derramai sobre mim a vossa luz e a vossa verdade, para que elas me guiem e me conduzam ao vosso monte e a vossos tabernáculos. — Julgai-me. (Até o Sl.)
Oração (Colecta)
     Pedimos ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.
      Numa breve oração, o celebrante resume e apresenta a Deus os votos de toda a assembleia, votos estes sugeridos pelo mistério ou solenidade do dia.
  Ó Deus onipotente, nós Vos suplicamos que olheis propício para vossa família, a fim de que, por vossa liberalidade, sejam guiados os nossos corpos, e por vossa assistência protegidas as nossas almas. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
& Epístola de São Paulo Apóstolo aos Hebreus 9. 11-15
      Leitura ordinariamente extraída das epístolas ou cartas dos Apóstolos; daí o seu nome. Algumas há tiradas dos escritos do Antigo Testamento. As epístolas do ano litúrgico formam um conjunto doutrinal de alto valor para a vida cristã.
  Irmãos: Cristo se manifestou como Pontífice dos bens futuros. Por um mais vasto e mais perfeito tabernáculo não feito por mão de homem isto é, não deste mundo, sem recorrer ao sangue de cabritos e novilhos, mas por seu próprio Sangue, entrou uma vez no santuário, tendo adquirido uma redenção eterna. Com efeito, se o sangue dos cabritos e touros e as cinzas da novilha, aspergida sobre os manchados, os santificava para a purificação da carne, quanto mais o Sangue do Cristo, que pelo Espírito Santo a Si mesmo se ofereceu imaculado a Deus, purificará nossa consciência das obras mortas, fazendo-nos capazes de servir ao Deus vivo. E por esse motivo, Ele é o Mediador do Novo Testamento, a fim de que por sua morte, que sofreu para o perdão das prevaricações que havia sob o primeiro Testamento, os que foram chamados à herança eterna recebam a promessa, no Cristo Jesus, Senhor nosso.
Gradual / Salmo 142. 9, 10; 17. 48-49
      Cantos, por via de regra, tirados dos Salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
 Livrai-me, Senhor, de meus inimigos, e ensinai-me a fazer a vossa vontade. ℣.Vós, Senhor, sois quem me livra do furor de meus inimigos, quem me exalta sobre os meus adversários. Vós me defendeis do homem iníquo.
Tracto / Salmo 128. 1-4
      Cantos, por via de regra, tirados dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.
      No Tempo da Septuagésima, o Alleluia é substituído pelo Tracto.
 Desde a minha mocidade muitas vezes me combateram. ℣.Diga-o agora Israel: Desde a minha mocidade muitas vezes me combateram. ℣.Mas não prevaleceram contra mim. Em minhas costas ficaram sinais das pancadas dos pecadores. ℣.Prolongaram as suas iniquidades. O Senhor, que é justo, esmaga as cabeças dos pecadores.
& Evangelho segundo São João 8. 46-59
      Proclamação solene da Palavra de Deus. Ponto culminante desta primeira parte da Missa, a leitura ou canto do Evangelho, é revestida da maior solenidade. O respeito para com ele, exige seja escutado de pé. Nas Missas solenes, o livro é levado honorificamente em procissão. É incensado antes de começar a leitura; e, terminada ela, é reverentemente beijado pelo celebrante.
 Naquele tempo, disse Jesus às turbas dos judeus: Qual de vós me arguirá de pecado? Se vos digo a verdade, por que não me credes? Quem é de Deus, ouve as palavras de Deus. Por isto não as ouvis: porque não sois de Deus. Responderam-Lhe, pois, os judeus: Não dizemos bem, nós, que és Samaritano, e que estás possesso do demônio? Respondeu Jesus: Eu não estou possesso do demônio; mas honro a meu Pai, e vós outros me desonrais. Eu não procuro a minha glória; há quem a procure e faça justiça. Em verdade, em verdade, eu vos digo, que se alguém guardar a minha palavra, não verá a morte para sempre. Disseram-Lhe, então, os judeus: Agora conhecemos que estás possesso do demônio. Abraão morreu assim como os Profetas. E tu dizes: Se alguém guardar a minha palavra, não verá a morte para sempre. És, porventura, maior que o nosso Pai Abraão, que morreu? Ou maior que os Profetas que morreram? Por quem pretendes passar? Respondeu Jesus: Se eu me glorifico a mim mesmo, nula é minha glória. Quem me glorifica é meu Pai, Aquele que dizeis que é vosso Deus. E vós não O conheceis; porém, eu O conheço, e se dissesse que não o conheço seria mentiroso como vós outros. Eu, porém, O conheço e guardo a sua palavra. Abraão, vosso pai, sentiu júbilo porque havia de ver meu dia; ele o viu e alegrou-se. Disseram-Lhe então os judeus: Ainda não tens cinquenta anos, e viste Abraão? Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade, eu vos digo: antes que Abraão existisse, Eu sou. Apanharam eles, então, pedras para Lhe atirar; mas Jesus escondeu-se e abandonou o templo.
Pregação – Divulgação Blog: http://dominuseletronico.blogspot.com.br
CREDO... Concluímos a Ante-Missa com essa profissão de fé.
      Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.
Ofertório / Salmo 110. 1; 118. 17, 107
     Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.
     Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito. Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das oferendas, canto de procissão, oração sobre as oblatas.
  Senhor, eu Vos louvo com todo o meu coração; beneficiai o vosso servo para que viva e observe os vossos preceitos. Dai-me vida nova, Senhor, segundo a vossa promessa.
Secreta
      É a antiga "oração sobre as oblatas", ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.
      É neste último que se faz propriamente a oblação do sacrifício.
 Senhor, nós Vos suplicamos, que estas ofertas quebrem os laços de nossa malícia, e nos alcancem os Dons de vossa misericórdia. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Communio / 1 Coríntios 11. 24-25
      Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão dos fiéis.
      Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.
  Isto é o Corpo que por vós será entregue; este é o Cálice do Novo Testamento em meu Sangue, diz o Senhor. Fazei isto, todas as vezes que os receberdes, em memória de Mim.
Postcommunio
      Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.
 Assisti-nos, ó Senhor, Deus nosso, e defendei com incessantes auxílios, aqueles a quem restaurastes com os vossos Mistérios. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Meditação
Jesus perseguido
     1 — Hoje começa o «Tempo da Paixão», tempo especialmente consagrado à lembrança e à contemplação amorosa das dores de Jesus. A cruz e as imagens cobertas, a supressão do Glória na Missa e nos responsórios do Ofício Divino, são sinais de luto com que a Igreja comemora a Paixão do Senhor. Nos seus sermões quaresmais o Papa S. Leão exorta-nos a participar na «cruz de Cristo, para que também nós façamos alguma coisa que nos una ao que Ele fez por nós, como diz o Apóstolo: 'Se sofremos com Ele, com Ele seremos glorificados'». Não se trata só de meditar nas dores de Jesus, mas de tomar parte nelas, «trazer» a Sua Paixão no nosso coração e no nosso corpo (cfr. II Cor. 4,10), porque só assim poderemos participar nos seus frutos. Eis por que a Igreja, no Ofício litúrgico do tempo, repete com maior insistência o convite: «quando ouvirdes a voz do Senhor não fecheis os vossos corações». Nestes dias a voz do Senhor faz-se ouvir não por meio de palavras, mas com o testemunho eloquente dos fatos, com o grande acontecimento da Paixão, que é o mistério mais convincente do Seu amor infinito para conosco. Abramos, pois, o nosso coração às sublimes lições da Paixão: aprendamos quanto Jesus nos amou e quanto O devemos amar. Aprendamos também que se O quisermos seguir, é necessário sofrer, levar a cruz com Ele e atrás dEle. Ao mesmo tempo abramos o coração à mais viva esperança, porque na Paixão de Cristo está a nossa salvação. Na Epístola de hoje (Hebr. 9, 11-15), São Paulo apresenta-nos a figura majestosa de Cristo, Sumo Sacerdote que, «com o Seu próprio Sangue entrou uma só vez no Santo dos Santos [isto é, no céu] depois de ter adquirido uma redenção eterna». A Paixão de Jesus remiu-nos, abriu-nos de novo a casa do pai e é a razão da nossa esperança.
     2 — O Evangelho do dia (Jo. 8, 46-59), apresenta-nos o quadro das hostilidades cerradas dos judeus, prelúdio claro da Paixão de Jesus. Aqueles corações endurecidos não querem admitir de modo algum a missão do Salvador e inventam mil maneiras de combaterem os Seus ensinamentos, para O difamarem entre o povo, apresentando-O como um mentiroso, um endemoninhado; por fim o seu ódio chega a tal ponto, que decidem lapidá-lO: «então pegaram em pedras para lhe atirarem». A morte de Jesus já estava decretada pelos judeus, mas não tendo chegado ainda a hora estabelecida pelo Pai, «Jesus escondeu-Se e saiu do templo».
    Este trecho do Evangelho, permite-nos considerar a conduta de Jesus em presença dos Seus perseguidores: mansidão, zelo pelas suas almas, desinteresse pessoal e total abandono a Deus. São Gregório Magno escreve: «Considerai, amados irmãos, a mansidão do Senhor, Ele, que tinha vindo perdoar os pecados, dizia: 'Quem de vós me arguirá de pecado? Ele que podia, em virtude da Sua divindade, justificar os pecadores, não desdenha demonstrar que não é pecador» (BR.)
    Seguem-se as calúnias: «és um samaritano e tens demônio». O Mestre divino responde, mas sempre docemente e só o necessário para dar testemunho da verdade: «Eu não tenho demônio, mas honro o meu Pai e vós a mim desonrastes-me». Quanto ao resto, depõe a Sua reputação e a Sua causa nas mãos de Deus: «Eu não busco a minha glória; há quem tome cuidado dela e quem fará justiça». Entretanto, através do debate, não cessa de instruir e iluminar as inteligências para as arrancar ao erro; sempre esquecido de Si, pensa no bem das almas. Assim, nestas difíceis circunstâncias, Jesus dá-nos preciosos ensinamentos: «O que é de Deus, ouve as palavras de Deus. Quem guardar a minha palavra, não verá a morte eternamente». Recolhamos na boca do Mestre perseguido estes avisos e guardemo-los ciosamente no nosso coração. Ainda hoje o mundo está cheio de inimigos de Cristo que combatem a Sua doutrina, que desprezam a Sua Paixão. Ao menos nós, acreditemos nEle e sejamos Seus amigos fiéis.
Extraído do Livro Intimidade Divina­ — P. Gabriel de Santa Maria Madalena O.C.D.
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